História
História de Paraopeba/MG.
Publicado em 08/07/2016 13:27 - Atualizado em 06/04/2022 13:28
Por do Sol Praça da Matriz - Foto Sandro Fotografias
DADOS ESTATÍSTICOS
Data de Instalação: 01/06/1912
Gentílico: paraopebense
População*: 24.700 habitantes
Área: 625,623 km²
Densidade Demográfica: 37,98 hab/km²
IDHM**: 0,694
LOCALIZAÇÃO
Mesorregião: Metropolitana de Belo Horizonte
Microrregião: Sete Lagoas
Distância da Capital: 99 km
Altitude: 733,00 m
GESTÃO MUNICIPAL
Prefeito: Aroldo Costa Melo
Partido: PP
E-mail: prefeito@paraopeba.mg.gov.br
Endereço da Prefeitura: Rua Américo Barbosa, 13 - Centro - CEP: 35774-000
*População estimada em 2020 segundo IBGE.
**Índice de Desenvolvimento Humano | Fonte: Atlas Brasil 2013 PNUD
Escola Estadual Conselheiro Afonso Pena
O INÍCIO*
Os primeiros habitantes de nossa região foram os índios kaxixós. Segundo a FUNAI, os Kaxixós foram formados pela miscigenação de tribos indígenas com negros e brancos. Provavelmente falavam português.
Os índios Kaxixós foram encontrados pelos bandeirantes em meados do século XVII, durante as expedições em busca do ouro e do desbravamento da região.
Os índios desta região começaram a ser extintos a partir das lutas pela posse das terras. Muitos foram escravizados ou foram mortos pelos bandeirantes, que se achavam donos das terras por terem encontrado as minas de ouro. Em nossa região, uma senhora famosa na época, dona Joaquina do Pompéu, foi em exterminou com muitos indígenas, com um detalhe que matava apenas os homens. Por isso, ouvimos tantos dizer ser descendentes de indígenas, pois realmente são.
TABULEIRO GRANDE
A descoberta do ouro em regiões próxima a Sabará, Caeté, Mariana e Ouro Preto, provocou o desbravamento dos sertões mineiros e o surgimento de caminhos usados pelos tropeiros. Esses caminhos eram feitos geralmente, próximos de rios. Esses bandeirantes normalmente deixavam pequenas áreas plantadas, pois outros viriam e podiam utilizar do alimento deixado por quem veio antes.
Muitos desses caminhos se transformavam em lugarejos, como foi o caso de Tabuleiro Grande. O caminho usado pelos tropeiros fazia parada numa certa região chamada “vargem do Paga Bem “. Era um local era onde os tropeiros costumavam trocar os animais cansados por animais para seguir viagem, e pagava-se muito bem por isso.
A fazenda Vargem Paga Bem pertencia , em 1709, ao senhor Manoel da Silva Costa, conforme carta de Sesmaria, que era um documento dado pelo Conselho da Majestade e Capitão da Capitania de Minas Gerais. Essa carta é a primeira que cita nossa região, pois nela, identifica o morro do Caboclo, o Córrego da onça, o Ribeirão do Cedro.
O Estado de Minas Gerais passou a existir a partir do ano de 1720, e Tabuleiro Grande foi citado em documentos datados de 1731, onde informa aos “cobradores do quinto” os nomes dos moradores que aqui residiam. Nessa época, já existiam moradores nessa região, formando um pequeno arraial.
CONSTRUÇÃO DA CAPELA DE NOSSA SENHORA DO CARMO DE TABULEIRO GRANDE.
A lenda da onça que atacou o Coronel Marques, pode ter acontecido nessa época, pois algumas famílias residentes no arraial de Tabuleiro Grande enviam um documento ao Frei Dom João da Cruz solicitando a construção de uma capela em Homenagem a Nossa Senhora do Carmo. O Frei Dom João da Cruz defere o requerimento, em 1742, dando inicio então a construção da capela. Com isso, o arraial passa a se chamar “Curato de Tabuleiro Grande”, pois a partir daí já existia uma capela.
A construção teve início ainda em 1742 e local é o mesmo da atual igreja Matriz.
O primeiro padre, o RV. Antônio Dias Ferreira assume a função de capelão cura em 1840.
Para cuidar da ordem do arraial, que pertencia a Freguesia de Santo Antônio de Curvelo, houve a necessidade da vinda de um alferes Em12/04/1803, chega Alferes Antônio Ferreira Leite.
Tabuleiro Grande foi elevado à freguesia pela Provincial nº 164 de 9 de março de 1840 e confirmado pela Lei Estadual nº 2 de 14 de novembro de 1891, subordinado o arraial, até então, ao município de Curvelo. No dia 24 de novembro de 1840, por força da lei nº 1.395 foi transferido para o município de Sete Lagoas.
A LENDA
Por muito tempo contou se a história do Coronel Marques (José Joaquim do Nascimento Marques) devoto de N. S. do Carmo. Segundo contam moradores ao passar pela região o Coronel Marques foi atacado por uma onça. Ao ver-se em perigo rogou à Santa que o livrasse e se isso acontecesse construiria uma capela em sua homenagem.
O fato é que nada foi encontrado em forma documental para que este relato fosse provado. Porém, a história continua a ser contada e faz parte da tradição de nossa cidade.
A FAMÍLIA MASCARENHAS
Aos dezesseis anos de idade, chega ao Brasil, no ano de 1776,o português Antônio Gonçalves Mascarenhas. Ele conhece o tropeiro José e passa a ser seu homem de confiança.
Viajando pelo sertão, um dia encontraram uma velha índia doente e sua neta. A Índia pediu ajuda e mesmo sem falarem mesma língua eles entenderam o pedido e levaram a pequena índia com eles.
A menina. foi batizada no primeiro arraial que passaram e recebeu o nome Joaquina Maria da Conceição. A menina passou a fazer parte da tropa e aos treze anos casou-se com Antônio.
Após a morte de José, Antônio assume as tropas, já que José não tinha família.
Antônio e Joaquina tiveram três filhos: José,Caetano e Antônio Gonçalves da Silva Mascarenhas.
A família morava no Rio de Janeiro, mas faziam alguns percursos com as tropas. Numa dessas viagens Antônio e Joaquina contraíram varíola e morreram na Serra da Mantiqueira. Os escravos aproveitando-se da situação roubaram todos os pertences da família, deixando as crianças sozinhas.
No dia seguinte, as crianças foram socorridas por tropeiros que passavam por ali. José, com 13 anos e Antônio com 8, são levados para a Fazenda Veredas, por José Antônio Teixeira, padrinho de Antônio. Caetano segue viagem com os tropeiros edele nunca mais se ouviu falar. Mais tarde Josétambém decide acompanhar tropeiros e também nãose teve mais notícia dele.
Antônio aprende a ler e a escrever, além de uma profissão: a de caldeireiro.
Depois de algum tempo, Antônio Gonçalves, conhecido por Senhor Mascarenhas, deixa a Fazenda Veredas, mudando-se para a Freguesia de Matozinhos. Em 1824, · casa-se com a Senhora Policena Moreira Pinto. Instala-se definidamente em Tabuleiro Grande. Onde abriu um comércio. Esse comércio era próspero e Antônio era considerado um homem muito caridoso. O fato de Antonio e Policena terem se mudado para Tabuleiro Grande, é que Antonio já tinha uma visão comercial e sabia que o lugar era promissor.
Em 1836, Antônio compra a Fazenda “Atrás dos Altos”, mais tarde nomeada Fazenda São Sebastião. A principal atividade da fazenda era o café. A família dos Mascarenhas foi de grande importância para nossa região. O senhor Mascarenhas e senhora Policena tiveram 13 filhos.
UMA FÁBRICA DE TECIDOS MUDA A HISTORIA DE UM LUGAR
Em 1865, com a queda na produção de tecidos na Inglaterra, Bernardo convida os irmãos Caetano e Barão Antônio Candido Mascarenhas para construírem uma fábrica de tecidos. O barão Antonio Cândido foi quem sugeriu que a fábrica fosse construída aqui. Fizeram-se sócios, a primeira sociedade Anônima do Brasil. Bernardo compra a Fazenda da Ponte e dá início a construção da Fábrica do Cedro, no distrito de Tabuleiro Grande. Fundaram a Fábrica do Cedro em 1872 : o Barão Antônio Cândido, Bernardo Mascarenhas e Caetano Mascarenhas.
Em 1883, padre João de Santo Antônio arremata a Fazenda do Melo, onde inicia-se a freguesia de Vista Alegre, atual cidade de Cordisburgo. As outras cidades que surgiram a partir das terras de Tabuleiro Grande são: Caetanópolis e Araçaí.
Durante 45 anos, Tabuleiro Grande pertenceu a Sete Lagoas, até desmembrar-se, elevando-se à categoria de município, por meio da Lei nº 556, de 30 de agosto de 1911. Sua instalação solene deu-se a 1º de junho de 1912, passando a denominar-se Vila Paraopeba. A partir de 1931 recebeu o nome definitivo de Paraopeba.
Paraopeba, palavra de origem indígena (da língua tupi-guarani), que significa “Rio do Peixe Chato”
A escolha do nome Paraopeba foi por causa do rio Paraopeba que, naquela época, livre de qualquer poluição, era fonte de manutenção dos habitantes, que se beneficiavam da pesca, do garimpo e ainda da lavoura, nas regiões mais ribeirinhas.
Pela divisão administrativa de 1911, a Vila de Paraopeba apresenta o distrito sede, Cordisburgo, Araçá e o Cedro era considerado zona rural.
DATAS DE EMANCIPAÇÃO DE BAIRRO E DISTRITOS
1911- criado o distrito de Araçá- pertencente a Tabuleiro Grande
Em 17/09/1938 - Decreto Lei Estadual nº148 cria Cordisburgo
Em 31/12/1943 - Decreto Lei Estadual nº 1058 ,altera o nome de Araçá para Araçaí.
Em 12/12/1953 - Decreto Lei Estadual n° 1039 cria Caetanópolis
Em 30/12/ 1962 - Lei Estadual nº 2764- Cria o município de Araçaí.
*Fonte: Adriana Andrade - Historiadora e Arquivo da Biblioteca Pública Municipal "Agnaldo Edmundo".
por Prefeitura