Símbolos Oficiais - Bandeira e Brasão
A primeira visão nos sugere uma cara de leão em fundo azul, da cor dos nossos dias. A cabeça do leão é uma fortaleza em forma de coroa, sugerindo que Paraopeba está protegida dos males que tanto afeta a humanidade e de onde brota pensamentos férteis.
Publicado em 11/07/2018 08:58 - Atualizado em 26/02/2021 10:40
A primeira visão nos sugere uma cara de leão em fundo azul, da cor dos nossos dias. A cabeça do leão é uma fortaleza em forma de coroa, sugerindo que Paraopeba está protegida dos males que tanto afeta a humanidade e de onde brota pensamentos férteis.
O escudo dividido ao meio pelo Rio Paraopeba em cor azul horizontal é também dividido ao meio por uma linha vertical, distinguindo quatro campos. No campo superior esquerdo em fundo vermelho, que significa fé, coragem e trabalho, estão a cruz a coroa e uma cabana, significando Deus, Pátria e Família, elementos essenciais a nossa vivência.
No canto superior direito em verde, representando a lavoura, está colocada uma enxada, uma espiga de milho, a cana e outras culturas.
No campo inferior esquerdo, também em verde, representa a pecuária e indústria têxtil, o boi e o fuso.
No campo inferior direito em vermelho, está a cornucópia (um vaso de chifre), onde se guarda o resultado do trabalho, obtido com fé, coragem e amor, produzindo também a alegria e a satisfação do dever cumprido.
E para reforçar tudo que foi sugerido acima, lemos em latim uma faixa cuja tradução poderia ser entendida assim: COM FÉ, AMOR E TRABALHO, ASSIM SE VENCE.
Este brasão, juntamente com a bandeira, foi elaborado em 1910 por Avelino Fóscolo, Caetano Mascarenhas, Sabino de Paula Freitas e acredita-se que Seu Nenê e a Gazeta de Paraopeba devem ter dado uma colaboração.
Fonte: Biblioteca Pública Municipal
Há ainda uma avaliação mais detalhada de nossa bandeira elaborada a partir de uma pesquisa do Professor Maurílio Madalena Freitas, realizada entre os anos de 1978 a 2005:
O Retângulo de fundo azul tem medidas segundo a proporção áurea. Como a proporção áurea a um número irracional, suas medidas foram simplificadas, fixando a sua largura com 14 módulos e seu comprimento com 20 módulos, o que corresponde, aproximadamente à razão áurea, que é de 1 para 1,618 (1/1,618). Esta aproximação de valores já se fazia presente desde a bandeira brasileira da época do Império (cujo projeto foi concebido pelo grande artista francês Jean-Baptiste Debret em 1.822, que se encontrava no país, encomendada por D. Pedro I). A cor azul, possivelmente, foi escolhida por ser a cor do manto de Nossa Senhora, mãe de Jesus Cristo, reforçando a religiosidade do povo do município, uma vez que a escolha da Padroeira para o município recaiu sobre Nossa Senhora do Carmo. Há, entretanto, aquelas pessoas, românticas por natureza, que preferem acreditar que o azul do retângulo, é uma alusão ao céu do município de Paraopeba.
As Jubas de Leão, na coloração amarela, que se encontram em cada um dos lados do coração estilizado são referências ao Reino de Leão, que juntamente com Castela e Galiza, se fundiram para dar origem a Portugal. A figura de um leão com suas belas jubas amarelas era parte do brasão do Reino de Leão.
A Coroa em formato de castelo, na cor marrom, também remota da época do Reino de Castela, mais tarde Portugal, presente desde a Bandeira Real de Portugal, instituída por D. João III, que permaneceu de 1.521 a 1.616, e, portanto, flamulava em solo brasileiro, após o descobrimento. Após a vinda da família real portuguesa para o Brasil, ocorrida em 1.808, com a elevação do país a categoria de Reino Unido, foi criada a Bandeira do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1.816 – 1.821), estando a coroa presente em todas as bandeiras até a Proclamação da República.
A Faixa branca contém a inscrição em latim: “Fides Amor Labor: sic itur ad astra”, em letras pretas. A frase pode ser traduzida como: “Com Fé, Amor e Trabalho, assim se vai aos astros”, onde “ir aos astros” tem o sentido de crescer, progredir, evoluir, além da ideia de altura. A frase em questão é uma forma adaptada de uma frase do grande poeta e orador latino Virgílio (Publius Vergilius Maro, 70 a.C. – 19 a.C.): “Macte Animo! Sic itur ad astra”, significando: “Coragem! Assim se vai aos astros”, presente em sua obra-prima Eneida. Dela foram suprimidas as expressões Macte Animo ( = coragem), e foram acrescentadas as expressões Fides, Amor Labor ( = Com fé, amor e trabalho). A frase retrata bem os anseios do povo de Paraopeba da época, que entendia que para seu total desenvolvimento, primeiro era necessário a sua emancipação.
O Coração Estilizado representa o corpo, a alma e o espírito do povo de Paraopeba. Está dividido em quatro partes, sendo as duas partes superiores a representação dos Átrios direito e esquerdo e as duas partes inferiores, os Ventrículos direito e esquerdo, considerados nesta ordem, visto através de um corte longitudinal do mesmo. O átrio direito e o ventrículo esquerdo têm fundo na cor vermelha, cor esta herdada do triângulo central da Bandeira do Estado de Minas Gerais. O átrio esquerdo e o ventrículo direito têm fundo na cor verde, cor herdada do retângulo da Bandeira do Brasil. Separando as duas partes superiores, os átrios direito e esquerdo do coração, das duas partes inferiores, os ventrículos direito e esquerdo do coração, em substituição às artérias coronárias direita e esquerda, encontramos a representação do Rio Paraopeba.
O Átrio Direto, cuja cor de fundo é o vermelho, contém três símbolos: uma cruz, uma coroa e uma bolsa de couro, fazendo uma nítida referência à religiosidade, folclore e artesanatos existentes no município. A Cruz representa a religiosidade dos habitantes de Paraopeba, que na época de sua emancipação eram essencialmente cristãos, predominando a religião Católica. A Coroa é uma referência ao folclore da região, fazendo alusão à Folia de Reis, ao Congado e às Pastorinhas. A Bolsa de couro representa o artesanato e os produtos manufaturados, parte da economia do início do século, na região. A bolsa de couro representa ainda o setor secundário da economia de Paraopeba, bem como a classe dos artesãos.
O Átrio Esquerdo, cuja cor de fundo é o verde, contém três símbolos, sendo eles uma espiga de milho, uma plantação de cana e uma enxada, numa alusão nítida às principais atividades agrícolas existentes no município, um dos pontos fortes da economia do município. A cana e o milho representam a agricultura local e a enxada representa o agricultor, o homem do campo. Temos aí parte do setor primário do município bem como a classe ruralista.
No Ventrículo Direito, cuja cor de fundo é o verde, temos representados dois símbolos, uma cabeça de gado e uma espula. A cabeça de gado, naturalmente, representa a pecuária uma das bases da economia do município e que também faz parte do setor primário da economia. A espula, representa a indústria têxtil, bastante desenvolvida na região. É bom lembrar que a indústria têxtil já se fazia presente no município desde 1.872, com fundação da Fábrica do Cedro. Ela também faz uma alusão ao setor terciário da economia do município. Estes dois símbolos também homenageiam o pecuarista, o tecelão e o industriário, importantes elementos da classe social de Paraopeba e região.
No Ventrículo Esquerdo, cuja cor de fundo é o vermelho, temos representado uma cornucópia. A princípio pode parecer que é um berrante e que está ali para fazer referência ao boiadeiro, mas na verdade é uma cornucópia. A cornucópia ou corno mitológico, instrumento confeccionado a partir de um chifre de gado, é um atributo da abundância, sendo símbolo da agricultura e do comércio. Em tempos anteriores, foi usado como vaso para comportar flores e frutos, tornando-se assim o símbolo da agricultura. Depois, foi usado como cofre, para armazenar o dinheiro em forma de moedas, passando a ser o símbolo do comércio. Aqui representa o comércio local bem como a classe dos comerciantes, outro importante elemento da comunidade paraopebense.
Na região das Artérias Coronárias direita e esquerda, separando os átrios e ventrículos, irrigando toda a região que constituía o município de Paraopeba, temos a representação do Rio Paraopeba, afluente da margem direita do Rio São Francisco, rio que banha a região com suas águas límpidas e que permitiu o desenvolvimento local. O nome da cidade se deve a ele.
por Assessoria de Comunicação